quinta-feira, 16 de abril de 2020

"QUÃO AMÁVEIS SÃO OS TEUS TABERNÁCULOS...", Crônica de Claudio Miranda



"QUÃO AMÁVEIS SÃO OS TEUS TABERNÁCULOS..."

Nasci em um lar cristão. Todas as minhas lembranças de infância estão, de algum modo, ligadas à Igreja. Nada me é mais familiar do que ela. Passei por todas as faixas etárias, frequentei todos os seguimentos da instrução religiosa. Quando cresci, logo cedo, senti-me vocacionado ao ministério. Então vieram os estudos, preparação teológica, participação em eventos de todas as espécies... Fui me tornando um homem da igreja. Toda a minha vida tem sido pensada e vivida em torno dela. Jamais me imaginei fora dela, ou fazendo a vida em outro empreendimento. A igreja é o meu chão. Fui treinado para ela. Habilitei-me em tudo o que pudesse me fazer mais útil e excelente no ministério.

Por tudo isso, a Igreja tornou-se para mim algo muito especial. Não me refiro à uma congregação específica, mas à Igreja do Senhor: esta grande família da fé. Como toda família, tenho encontrado todo tipo de irmãos. Alguns me envergonham, e me fazem perguntar o que o Evangelho fez - ou não fez - nele de fato; com muitos outros, eu me envergonhei diante de sua fidelidade e de seu zelo. Não foram poucos os que encontrei, que eram capazes de fazer tudo, investir além de suas posses, exceder em trabalhos, movidos apenas pelo zelo e fidelidade à obra de Deus. Muitos, de maneira quase inocente, infantil até, mas fiel e piedosamente.

O tempo passou, mas mantenho meu amor pela Igreja do Senhor. A vida de homens santos, que foram derramadas no altar do sacrifício, me desafiam à fidelidade, à consagração dos meus melhores dons. Sempre que busco algo, penso em dignificar o Evangelho de Jesus Cristo. Se há uma causa a que consagro os meus esforços, essa causa é o serviço do Evangelho.

Tenho conhecido as principais escolas do conhecimento humano. Em nenhum lugar tenho encontrado o fascínio que encontrei no Evangelho de Jesus. Entre as grandes mentes da sabedoria universal, nenhuma foi capaz de me impactar como Jesus de Nazaré. Há algo nele que você não encontra em nenhum outro lugar. Sua mensagem interpela viceralmente qualquer ser humano. Ninguém falou com tanta consequência sobre as ambiguidades da vida humana. Isto é tão óbvio, que nunca me senti tentado a abandonar o Evangelho em função de qualquer outra área do conhecimento humano.

Em minha defesa de Mestrado, fui perguntado por um doutor se estudar Freud não havia ameaçado a minha fé. Respondi que me tornei ainda mais crente. E isto por uma razão: não leio o Evangelho pelos óculos de Freud, mas leio Freud pelos óculos do Evangelho. Jesus e o Evangelho são a lente através da qual leio o mundo e a vida. A superioridade do Evangelho, em relação à qualquer área do conhecimento humano, com consequências para a vida, é algo que salta aos olhos. Posso dizer como Paulo: "Não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crê".

Falar e pensar o Evangelho com consequência, esta é a minha missão de vida. Ainda não encontrei outro projeto mais fascinante. Se encontrasse algum, a ele consagraria a minha vida. Enquanto isso, continuo considerando tudo como perda "por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus". Encontrei o meu tesouro e a minha riqueza!

Tenha um Bom Dia!


Claudio Miranda



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