terça-feira, 8 de setembro de 2020

APN-VG: A obra do absurdo


A OBRA DO ABSURDO
A Associação de Preservação da Natureza vale do Gravataí – APN-VG, vem a público manifestar a sua indignação acompanhado de muita dor pelo fato da derrubada do Eucalipto, símbolo do Parcão Municipal de Gravataí.
Julgamos uma atitude de extrema maldade, insensatez, acompanhado de um toque de profunda insensibilidade. Trata-se de uma árvore centenária, um verdadeiro cidadão de Gravataí, criou naquele local a sua própria identidade, a árvore mais importante do Parcão. Se perguntássemos a este, certamente nos contaria quase toda a história da antiga cidade de Gravataí, como por exemplo, as careteadas, os acampamentos de preparação para a festa do divino, onde pessoas do interior e arredores de Gravataí se juntavam em preparação à festa, e até- mesmo os blocos de carnaval se preparavam neste local para participar dos antigos blocos de carnaval da nossa cidade.
Muitos de nós nem pensávamos em existir e aquela árvore frondosa já vivia ali a muitos anos, abrigando a todos com muito amor e com muita vida. A cidade de Gravataí vem a algum tempo perdendo essas referências vegetais. A canjerana, também chamada guaianuba, nome indígena que significava “o clarão da floresta” certamente a árvore mais antiga da nossa região, localizada no bairro que leva seu nome, na rua Oto Alves Pereira, também foi cortada e atirada ao chão sem nenhum dó nem piedade. A sombra desta árvore, foram realizadas várias festas, rodeios, ações comunitárias, até mesmo o Governador Ildo Meneghetti, comeu um churrasco a sombra da velha guaianuba, esta que não existe mais, virou apenas história.
A poucos dias atrás, as canafistulas, que foram plantadas pelo Dr. Conte, em frente a casa que residiu quase toda a sua vida, foram decepadas e aqueles belos exemplares que não faziam mal algum acabaram sofrendo do mesmo mal.
As figueiras do Parque dos Anjos, uma delas devido a sucessivas podas, não resistiu e acabou morrendo, os jacarandás que cobriam toda a Av. Anápio Gomes, já não existem mais. Esses são alguns exemplos dos muitos que podíamos citar aqui, temos que mudar totalmente essa política relacionada a vegetação urbana já existente no município, beneficiando as arvores históricas e adequando as benfeitorias necessárias ao município ao convívio com estes monumentos e não ao contrário.
Justificar, dizendo que estamos plantando novas árvores não se trata de uma medida compensatório a destruição de um valor histórico da cidade, devemos sim plantar cada vez mais árvores, pois estas trazem um benefício enorme a cidade, porém baseados em um plano adequado de arborização para evitar situações como estamos vivendo agora.
Quando se passa pela Av. Dorival e se vê aquele imenso tronco, ali decepado, para as pessoas que possuem alguma sensibilidade, a vontade que se tem é de chorar, não só de pena pelo velho Eucalipto, mas pela humanidade.
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Aqui vem a manifestação de um grupo de pessoas preocupada com a preservação ambiental e com as questões culturais do município, que trabalham a mais de 41 anos, e não seremos nós mais uma besta do apocalipse.
Gravataí, 07 de setembro de 2020
Paulo Roberto Müller
Presidente – APN-VG

Foto e texto extraídos da página oficial da APN - VG no Facebook. 

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